terça-feira, 25 de novembro de 2014

Draco Dormiens: Capítulo III - Narcisa Malfoy



Capítulo III - Narcisa Malfoy


— ... E sobre Harry Potter.
Harry deixou cair a espada que ele segurava, e ela caiu no chão fazendo um barulho enorme, o que fez Lúcio e Macnair olharem para ele. Lúcio fechou a cara.
— Sim, Draco? Você tem algo mais a dizer?
Com esforço, Harry forçou a si mesmo a falar:
— O que que tem Harry Potter?
Lúcio olhou para ele severamente.
— Draco — ele disse a Macnair. —, fala sobre o jovem Harry toda hora. Não é, garoto?
Essa informação não melhorou o estado de Harry.
— E-eu tenho de jogar Quadribol com ele! — gaguejou Harry.
— Onde, se eu me lembro bem — disse Lúcio. — Ele te venceu todas as vezes!
Harry não pôde conter um largo sorriso.
— Sim, ele me venceu todas as vezes! — Harry disse.
Lúcio e Macnair olharam fixamente para ele; finalmente, para o alívio de Harry, o pai de Draco virou-se para seu amigo:
— Você disse que tinha notícias para mim, Macnair! — ele disse. — Por favor, não me diga que é outro plano idiota de matar o garoto Potter.
Macnair bateu o pé no chão.
- É um ótimo plano dessa vez, Lúcio! _ Manair falou - É um plano realmente astucioso e cheio de maldade!
— Não me diga! — rosnou Lúcio. — Você disse a mesma coisa sobre o plano de matar Harry enviando-lhe um presente de aniversário envenenado para a casa de seus parentes, quando, eu devo lembrá-lo, ele é protegido pelo Feitiço Familium de Dumbledore. Tudo o que aconteceu foi que seu primo, Duda, comeu o chocolate e vomitou tudo na janela nos Death Eaters que foram buscar o corpo de Harry. Também teve aquela vez que Nott tentou entrar em Hogwarts e capturar o garoto, e foi decapitado pelo Salgueiro Lutador. E quando Zabini tentou enviar ao garoto uma vassoura explosiva, Dumbledore a interceptou e enviou-a de volta num pacote diferente. Tiveram que enterrar Zabini numa caixa de fósforos! — gritou Lúcio, fazendo movimentos enfáticos com sua espada. — Mais Death Eaters foram mortos tentando executar planos idiotas para matar Harry Potter do que por guerreiros do Ministério da Magia!
Harry ficou pasmo. Ele não tinha idéia. Pensando bem, ele pensou ter ouvido gritos de horror no jardim da frente, aquela vez que Duda passou mal na janela, mas ele pensou que fosse a vizinha barulhenta, a senhora Figg.
— Por favor, Lúcio! — ganiu Macnair. — Escute-me!
Lúcio cruzou seus braços sobre seu peito.
— Você tem 5 minutos!
— É verdade que o garoto está protegido enquanto está sob os cuidados da família — disse Macnair apressadamente. - E é verdade que ele está protegido em Hogwarts. Nós já tentamos tirá-lo do castelo, lembra aquela vez que lhe enviamos aqueles ingressos para os Knicks? Mas Dumbledore nunca deixou-o ir!
— E isso — disse Lúcio. — Nunca vai mudar!
— Não! — disse Macnair. — Nós sabemos disso. E nunca pensamos em raptar alguém íntimo ao garoto, assim ele teria de deixar o castelo para resgatá-lo, mas quase todo mundo querido para o garoto está em Hogwarts. Ele detesta sua família trouxa, e os Weasley estão protegidos por feitiços poderosos.
Lúcio estava entediado.
— Mas… — disse Mcnair apressadamente. — Isso mudou. Temos alguém, agora. Alguém que o garoto fará qualquer coisa para proteger.
O estômago de Harry apertou-se de pavor. Macnair estava sorrindo, o mesmo sorriso desagradável que ele sorriu quando ele foi a Hogwarts para executar o hipogrifo de estimação de Hagrid.
— Sirius Black! — ele disse.
♥♠♣♦
Draco achou seu caminho da Ala Hospitalar de volta para a Torre da Grifinória.
— Estrondo! — ele disse vagarosamente à Mulher Gorda, e entrou na passagem.
Fora de hábito, ele andou até a lareira e sentou-se perto de Hermione, que estava muito bonita em vestes cor-de-rosa, e de Ron, que estava lendo um volume assustadoramente grosso, chamado A arte das Guerras Trouxas.
— O pai de Draco veio e levou-o de volta à Mansão Malfoy — disse Draco rispidamente.
— Levou-o aonde? — Ron perguntou, baixando seu livro.
— À Mansão Malfoy. É onde eles moram.
— Esplêndido! — disse Ron, voltando à leitura. — Com um pouco de sorte, eles nunca mais o trarão de volta!
Draco fez um som de como se ele estivesse engasgando-se. Hermione olhou para ele preocupada.
— Harry — ela disse suavemente. —, não é sua culpa, você só bateu nele porque ele te bateu primeiro!
Draco não respondeu. Sua mente estava cheia de imagens de seu pai olhando para ele. Se Harry não fingisse ser Draco, se ele reassumisse sua aparência habitual, se Lúcio Malfoy de algum jeito descobrisse que o garoto que ele trouxe para casa não era o seu filho, mas sim o famoso inimigo de Lorde Voldemort, ele mataria Harry. Disso, Draco não tinha dúvidas. O que seu pai tinha falado que Voldemort tinha dito?
Quem quer que seja que trouxer para mim o corpo morto do garoto Harry Potter, estará acima de todos os Death Eaters!
A voz de Ron quebrou sua linha de pensamento.
- Esse negócio de Guerra dos Trouxas é muito interessante!_ ele disse - Estou pensando será que há alguma chance de o governo jogar uma... sei lá como se chama... bomba nuclear na Mansão Malfoy?
Draco se levantou.
— Eu preciso subir! — ele disse e subiu correndo as escadas para o dormitório dos garotos.
Ele ouviu passos atrás dele, virou-se e viu Hermione, cujos olhos estavam cheios de alerta.
— Harry! — ela chamou. — Harry, por favor, me espere!
Draco parou e esperou Hermione aproximar-se.
— Harry — ela disse. — Você está tão aborrecido... o que está te incomodando? Não pode ser Malfoy.
Draco só ficou olhando para ela. Todas as suas emoções pareciam se enrolar dentro de seu estômago: a tensão de ser Harry Potter durante dois dias seguidos, raiva, choque, dor, e agora terror, terror da coisa horrível que podia estar acontecendo a Harry a qualquer momento, nesse momento, o que seria pura e completamente culpa de Draco quando acontecesse. Ele não sabia se queria gritar com Hermione ou beijá-la de novo. Ambas as opções tinham seu encanto.
— Eu estou muito cansado, Hermione! — ele disse. — Eu só quero dormir!
— É por causa do que aconteceu hoje mais cedo? — ela perguntou. — Depois... depois do balaço? Porque eu não queria ficar brava com você por ter me beijado, Harry, na verdade…
Ela deu um passo para perto de Draco, seus olhos cheios de carinho.
Carinho por Harry.
Draco falou asperamente:
— Nem tudo é sobre você, Hermione! — ele gritou a plenos pulmões. — Nem TUDO é sobre você, Hermione!
Ele desceu as escadas, empurrou Hermione para abrir caminho e saiu pela passagem do quadro da Mulher Gorda.
♣♠♥♦
Depois da menção ao nome de Sirius, Harry sentiu seus joelhos ficarem fracos. Não mostre emoção, ele disse a si mesmo, não mostre emoção!
- Há muito tempo nós sabemos que ele é o padrinho do garoto — disse Macnair. — O problema foi achá-lo. Nós seguimos sua pista, na verdade Rabicho seguiu sua pista e isso foi um plano engenhoso dele. Ele lembrou-se de uma caverna que ele foi uma vez com Sirius quando criança, uma vez que ele visitou os Black. Ele voltou ao lugar e pôs uma praga de ligamento em Black…
— Entendi, Macnair! — disse Lúcio. — Onde eu entro nessa história?
Macnair parecia desapontado.
- Bem,_ ele disse hesitante -É realmente simples. Rabicho está trazendo Black da Cornualha amanhã, e nós precisamos de um lugar que sirva de cativeiro para ele, por uma noite ou duas, enquanto ele espera que o garoto venha. Nós não podemos deixar a praga de ligamento nele, ou ele irá morrer, e você tem os melhores calabouços que ninguém…
— Oh, obrigado! — disse Lúcio com um grande sarcasmo. — Bem, isso é um plano estúpido e muito óbvio, mas ainda é muito melhor do que qualquer outro de seus planos. Eu vou prendê-lo aqui. Eu não o vejo — ele sorriu friamente. — desde que estávamos na escola juntos. Será como uma reunião.
Ele e Macnair riram. Harry não riu. Ele sentiu-se como se fosse passar mal.
A porta abriu e uma alta, loura e esbelta mulher entrou. Ela não estava vestindo vestes, mas sim um longo vestido preto com uma abertura do lado. Harry a reconheceu imediatamente: ela era a mãe de Draco.
- Narcisa! — disse Lúcio. — Alguma coisa errada?
A mulher sorriu. Ela ficava muito bonita enquanto sorria. Harry lembrou dela da Copa Mundial de Quadribol e pensado que devia ser dela que Draco herdou sua pálida e bela aparência.
— Eu queria pegar Draco emprestado! — ela disse calmamente. — Eu não o vejo desde que você o trouxe para casa, Lúcio.
Lúcio Malfoy fez um movimento com sua mão.
- Claro, pode levá-lo!_ ele disse
Harry olhou para o pai de Draco. Ele queria desesperadamente ficar e escutar mais sobre Sirius.
- Mas eu..._ Harry começou
- Draco..._ a voz de Lúcio Malfoy parecia gelo - Vá com sua mãe.
Hesitante, Harry seguiu Narcissa Malfoy para fora do aposento, onde ele esperava que ela fosse tentar abraçá-lo ou beijá-lo ou pelo menos cumprimentá-lo de alguma forma. Mas ela nem abraçou-o, nem beijou-o e nem cumprimentou-o de alguma forma. Ela mal virou-se e começou a andar pelo corredor. Harry correu atrás dela, mantendo seus olhos bem abertos. Ele pensou que seria uma boa idéia decorar cada detalhe da Mansão Malfoy.
Narcisa parou num corredor cheio de retratos que mais pareciam um bando de bonecas vestidas com diferentes roupas coloridas. De repente, Harry deu-se conta de que essas fotos eram de Draco quando bebê e garotinho. Ele parou, achando engraçado.
— Oh! — disse Narcisa sorrindo. — Suas fotos quando bebê. Elas são lindas, não são?
Harry olhou do retrato no qual Draco tinha cerca de três anos, estava vestindo shorts cor-de-rosa e um gorro escocês, para outra, onde ele tinha cerca de cinco anos e estava todo vestido em insígnias reais da família Malfoy, incluindo uma capa preta e longas mechas louras encaracoladas que eram muito afeminadas. O Draco do retrato ficava tentando puxar o colarinho de suas vestes enfeitadas.
- Sim!_ disse Harry - Elas são lindas, sim.
Narcisa conduziu Harry até uma grande sala de jantar, passando por inúmeros corredores e fez um gesto para que ele se sentasse enquanto ela buscava comida para ele.
Harry sentou-se na enorme mesa de jantar sentindo-se muito pequeno. A mesa parecia esticar-se por quilômetros, e vazia, exceto por um grande candelabro de prata, que segurava sete velas verdes esculpidos na forma de lagartos. Haviam mais quadros horrorosos da família Malfoy na parede. Um característico bruxo mal olhava para Harry de seu quadro, fazendo um gesto ameaçador passando seu dedo pela garganta. Em outra parede, uma tapeçaria com o brasão da família Malfoy, que mostrava uma grande cobra verde se enroscando na letra M, enquanto no primeiro plano da figura de um homem encapuzado ria de modo abafado atrás de outro homem e o apunhalava nas costas. A frase em Latim "De Gustibus Non Disputandem" (o sabor não tem preço) estava em volta dos pés do homem que atacou. Harry não tinha idéia do que isso significava. Hermione devia saber, mas pensar em Hermione era muito doloroso.
Narcisa voltou à sala de jantar segurando uma bandeja de prata, onde havia um bule de chá, uma xícara, um jarro de leite, e um prato de biscoitos.
— Aqui está! — ela disse colocando a bandeja na mesa.
Ela sentou-se no lado oposto ao de Harry e o assistiu comer.
— Madame Pomfrey falou que você deve comer coisas leves por um dia mais ou menos — ela disse, assistindo-o por biscoitos na boca.
— Então, mãe — disse Harry querendo quebrar o silêncio embaraçoso. —, o que você anda fazendo?
— Eu tenho bordado um cobertor para você levar para a escola — ela disse ansiosamente. — Tem o lema da família em dourado, seu pai quem sugeriu. Ele disse que já era hora que você aprendesse isso de coração. Você quer vê-lo?
Harry não queria vê-lo, mas:
— Claro! — ele disse.
Ela saiu do aposento, e quase imediatamente voltou, carregando o que parecia um grande pedaço de veludo verde. Ela entregou-o a ele, e ele viu que haviam palavras bordadas em dourado na frente, que diziam:
“A punição leva ao medo. Medo leva à obediência. Obediência leva à liberdade. Portanto, punição é liberdade.”
Nesse momento, ficou claro para Harry porque Draco tinha aquela personalidade medonha.
— Uau — disse Harry num tom de voz desanimado. — É muito bonito, mãe. Eu aposto que todos os outros garotos vão querer ter um cobertor com um lema tão horrível quanto esse.
Por um momento, Harry achou que havia ido longe demais, mas Narcisa simplesmente sorriu pálida para ele e Harry desviou o olhar. Foi uma pena que ele fez isso, porque se ele tivesse olhado de volta para a mãe de Draco, perceberia que seus olhos estavam cheios de lágrimas.
A porta no final da sala abriu com uma pancada e Lúcio Malfoy e Macnair entraram a largos passos.
- Narcisa! — disse Lúcio asperamente. — Traga uma xícara de chá para Macnair, sim?
Narcisa obedeceu à ordem de seu marido, enquanto Macnair sentou-se na cadeira em que ela havia sentado-se.
— Então, Draco — ele disse num tom paterno. —, me lembro quando eu era um sonserino em Hogwarts e nos divertíamos muito. Aposto que você está sempre provocando tumulto, não é?
— Bem… — disse Harry. — Você sabe, nós estamos sempre ocupados tendo encontros de jovens Death Eaters, nós passamos muito tempo fazendo muitos outros alunos se sentirem mal sobre suas más condições financeiras e ruins posições sociais. Às vezes nós ficamos acordados durante toda a noite e tentamos fazer com que demônios atendam a nossos pedidos repugnantes, mas na maioria das vezes, nós somente pedimos pizza e arrancamos as asas de umas moscas.
Harry estava quase certo de que havia delirado, mas Macnair não parecia se importar.
— É um ótimo garoto que você tem aqui, Lúcio! — ele disse, virando-se para o pai de Draco. — Você deve estar orgulhos dele.
— Ele não era um bebê promissor — disse Lúcio sem um traço de emoção. - Fraco e enfermiço. Eu disse à minha mulher, que nos bons e velhos tempos dos Malfoy, uma criança como essa seria jogada num penhasco para morrer, mas ela insistiria em ficar com ele…
Macnair riu, mas Harry tinha quase certeza de que Lúcio Malfoy não estava brincando.
Narcisa chegou com a bandeja. Macnair chegou perto dela e disse:
— Desculpe, Narcisa, eu vou ter que tomar isso no caminho. Preciso ir! Negócios!
Macnair pegou a xícara da bandeja e piscou para o pai de Draco.
— Te vejo amanhã, Lúcio! — ele disse e desaparatou.
♠♣♦♥
Draco sentou-se na biblioteca escura com as mãos no rosto. Seus cotovelos estavam apoiados numa cópia aberta de Poções Muy Potentes, o que parecia irônico para ele, já que era por culpa de Poção Polissuco, em primeiro lugar, que ele estava nessa confusão.
Sua mente correu pelas opções, mas nenhuma delas parecia viável. Ele podia enviar uma coruja para seu pai, explicando o que havia acontecido, e no caso, Lúcio Malfoy ia descobrir que o garoto que estava em sua casa era Harry Potter, e iria matá-lo. Ele podia tentar desfazer o feitiço, mas isso transformaria Harry de volta em Harry, e Lúcio iria ver quem Harry era e iria matá-lo desse jeito também. Ele mesmo podia ir à Mansão Malfoy e tentar resgatar Harry, o que seria um ato corajoso e espetacular de várias formas, mas se seu pai o visse, ele ia pensar que Draco era Harry, e ele acabaria assassinado por seu próprio pai.
Não ocorreu a Draco ir a Dumbledore resolver esse problema. Ele ainda era um Malfoy.
A porta da biblioteca abriu-se e uma garota entrou segurando uma varinha.
Lumos — ela disse.
E o aposento repentinamente encheu-se de luz. Draco olhou para cima, piscando.
Era Cho Chang.
— Eu pensei que tinha me livrado de você no campo de Quadribol!
Longe de parecer ofendida, Cho sorriu.
— Isso foi antes de eu perceber que você só estava se fazendo de difícil! — ela disse.
— Então você veio aqui para ouvir mais insultos, não é? — disse Draco. — Mulheres!
— Eu estava me sentindo culpada! — disse Cho. — Pelo modo que eu te tratei. Dizer para você que você era muito novo para sair comigo e que seu cabelo era muito desarrumado, bem, isso não foi muito legal da minha parte.
— Está certo, você foi uma garota má — Draco concordou. — Talvez você devesse sair sozinha e pensar sobre o que você fez de errado. Demore o quanto quiser!
Cho aproximou-se e sentou-se do outro lado da mesa, encostando o topo de sua varinha suavemente pelo braço dele.
— Eu sei que você não queria dizer isso, Harry! — ela disse. — Você só está ferido e eu respeito isso.
Draco jogou suas mãos com desgosto.
— Olhe para você! — ele disse. - Eu aposto com você que Harry está correndo atrás de você há anos, carregando seus livros, te mandando flores, e tudo o que você fez foi ignorá-lo. Agora ele é um absoluto patife para você e de repente você não o deixa em paz!
Cho olhou para ele.
— Você notou que você está falando de si mesmo na terceira pessoa? — ela perguntou.
— Hã… — disse Draco.
— Com licença… — uma voz disse. Draco olhou para cima. Havia mais alguém na biblioteca com eles. — Eu espero não estar atrapalhando, mas…
Era Hermione.
— Você está atrapalhando! — disse Cho. — Agora vá embora!
— Não! — disse Draco. — Você não está atrapalhando nada. — Ele se levantou com tanta urgência que ele deixou uma pilha de livros cair no chão.
Cho olhou dele para Hermione e depois para ele de novo. Então ela gritou de raiva:
— Então é ela! — Cho berrou. — É por isso que você está me ignorando! Eu não acredito que você me trocou por essa... essa trouxa dentuça!
— Eu não sou dentuça! — disse Hermione, que tinha dentes totalmente normais desde seu quarto ano em Hogwarts, rispidamente.
— E ela não é uma trouxa! — gritou Draco. — E eu não te troquei. Nós nunca nem ficamos!
Cho olhou para ele.
— É por causa daquele negócio de que como você é o fabuloso Harry Potter, não tem tempo para mim? — ela perguntou asperamente.
— Não! — disse Draco. — É só porque você é realmente muito chata!
Cho pegou sua varinha e saiu correndo da biblioteca, batendo a porta com força atrás dela.
Draco virou-se nervosamente para Hermione.
— Ela só gosta muito de mim! — ele disse balançando os ombros. — Eu não posso explicar isso.
Ao invés de responder, Hermione aproximou-se dele, cruzou seus braços e olhou para ele.
Draco nunca foi olhado daquela forma antes. Era como se ela pudesse ver através de sua cabeça para atrás de seu crânio.
— Hermione, não! — ele gemeu antes que pudesse se impedir. — Olha, sinto muito pelo que eu disse antes.
— Você não... — Hermione começou.
Draco a interrompeu:
— Eu já disse que sinto muito, o que mais…
— Não! — disse Hermione asperamente, fazendo um gesto impaciente com as mãos.  — Eu não quis dizer que você não sente muito. Eu quis dizer que você não é... que você não é ele!
— Que eu não sou o quê?
— Não é Harry — disse Hermione. — Você não é Harry Potter!
Draco olhou para ela. Ele de repente sentiu-se muito cansado.
— Claro que eu não sou ele — ele disse. — Eu sou Draco Malfoy!

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Draco Dormiens: Capítulo II - Harry na Mansão



Capítulo II - Harry na Mansão

Depois do almoço, Harry tinha treino de Quadribol. Draco chegou ao campo de Quadribol cedo e sentou-se num pedaço de terra onde a luz batia, girando a Firebolt de Harry em suas mãos. Era bom olhar para ela, ele tinha de admitir isso. Seu pai havia recusado-se de lhe comprar uma até que ele vencesse Harry no Quadribol, o que, Draco tinha mostrado, que não era capaz, pelo menos até ganhar uma Firebolt para competir com a de Harry.
A visão de movimento, no canto de seus olhos, alertou-o da presença de mais alguém no campo de Quadribol, alguém que caminhava até ele. Era uma garota muito bonita em vestes azuis; seus longos cabelos pretos estavam presos numa trança. Draco a reconheceu vagamente como a apanhadora da Corvinal, alguém contra a qual ele já havia jogado antes.
— Oi, Harry! — ela chamou, numa voz melodiosa.
Draco acenou. Ele ainda estava examinando a Firebolt. Ele estava, na verdade, bem nervoso quanto a esse treino. Harry tinha um jeito de voar muito distintivo, e, bem... Draco não gostava de admitir, mas Harry, de fato, voava melhor que ele.
A garota sentou-se na grama perto dele, quebrando sua corrente de pensamento. Draco ficou aborrecido. Ele realmente queria ter mais tempo a sós com a Firebolt, senti-la mais um pouco.
— Harry, Harry, Harry! — a garota falou, olhando para ele, como se ele fosse um menino adorável, mas idiota.
— Sim? — Draco falou. — Você quer alguma coisa?
— Você não me chamou para sair por no mínimo dois dias! — disse a garota. — Normalmente você teria corrido atrás de mim nos corredores ou mandado uma coruja por agora!
— Eu estive ocupado — disse Draco.
— Ocupado? — a garota perguntou num tom que sugeria que nenhum garoto jamais havia dito a ela que estava ocupado antes.
— Não é fácil ser Harry Potter! — Draco continuou, abrindo terreno para seu assunto. — Eu tenho aulas, Quadribol, entrevistas com o Profeta Diário, várias coisas boas para fazer e más para derrotar e eu estou sendo caçado pelo terrível assassino que matou meus pais. Eu não tenho tempo para correr atrás de garotas.
A garota estava olhando para ele boquiaberta. Ela ficava bem menos bonita daquela forma.
— Se você acha que vai ficar comigo me tratando desse jeito — ela disse com raiva na voz. —, você esta muito enganado, Harry Potter!
— Muito bem! — disse Draco. — Não saia comigo! Eu sou muito famoso, posso sair com qualquer outra garota!
Com um grito de raiva, a garota levantou-se e correu pelo campo. Draco assistiu ela partir, meio grato por ela ter desviado seu pensamento de um possível fracasso no treino de Quadribol.
♠♣♦♥
Se Harry soubesse que nesse momento Draco estava arruinando qualquer chance que ele tinha com Cho Chang, ele teria ficado chateado. Mas ele estava dormindo na parte de trás da veloz carruagem invisível de Lúcio Malfoy (Madame Pomfrey não deixaria Lúcio desaparatar com seu filho enquanto o garoto estivesse inconsciente), sendo levado, passando por campos áridos, até a Mansão Malfoy.
♥♠♣♦
No campo de Quadribol, Draco descobriu que não tinha nada com que se preocupar: ele não tinha herdado somente a péssima visão de Harry, mas também seu talento espetacular para o Quadribol. Draco voou e deu voltas com sua vassoura, espantado com como isso era fácil. Quando eles tiveram um jogo pratico, ele pegou o pomo facilmente, e fez loopings no ar enquanto os outros jogadores batiam palmas e assobiavam. Hermione, que havia vindo assistir seu treino, aplaudiu também.
— Você é incrível, Harry! — ela gritou para ele.
Draco acenou para ela, e então, algo aconteceu: ele não via mais Hermione no campo, Jorge tinha jogado com força um balaço para o chão. Mas o balaço voou direto em Hermione, que estava muito assustada para se mover.
Sem pensar duas vezes, Draco curvou a Firebolt de Harry num mergulho espetacular, voando até o chão como uma bala. Ele acelerou até o balaço, Draco estava indo muito rápido, ele mal podia acreditar nisso, mas não era hora de pensar nessas coisas, quase no chão, ele estava na frente do balaço, então ele curvou sua vassoura violentamente, ficando entre o balaço e Hermione, e o balaço atingiu-o com força no estômago, empurrando-o para longe de sua vassoura e sobre o chão, agora a poucos metros dele. A Firebolt caiu em seguida sobre ele.
Draco ficou deitado por um tempo, respirando com dificuldade. Ele ouviu o barulho dos passos indo até ele, e logo, o time todo da Grifinória estava na sua frente para ver se ele estava bem.
Vagarosamente, ele ergueu-se apoiado em seus cotovelos. Se estômago doía, mas nada parecia estar quebrado. Ele olhou para cima e viu Hermione encarando-o, pálida de choque.
— Harry! — ela disse. — Você podia ter sido morto!
Ele desviou o olhar dela, sentindo-se muito inconfortável e viu o resto do time de Harry reunido em volta dele. Jorge estava lá, se desmanchando em desculpas. Fred estava batendo em Jorge, Angelina, Katie e Alicia estavam se revezando em confortar Hermione e afagando Draco na cabeça. Finalmente, Draco conseguiu se libertar de todos e levantar-se.
— Muito bem! — disse Fred, que era o capitão do time. — Volte ao castelo, Harry, você já se divertiu o bastante!
— Eu vou levá-lo! — disse Hermione se levantando.
Hermione, peculiarmente nervosa, conversou durante todo o percurso até o castelo.
— Todos estão falando sobre como você espantou Goyle durante a aula de Cuidados com Animais Mágicos, Harry. Aquilo foi incrível. O que você disse a ele?
Draco sorriu.
— Nada, eu só o desafiei para um duelo de bruxos... você sabe que ele não é bom nesse tipo de coisa.
— Bem, você foi brilhante! A expressão dele! E a forma que ele correu!
Hermione começou a rir. Draco olhou para ela, e, sem nem parar para pensar no que ele estava fazendo, ele jogou sua Firebolt e seu uniforme de quadribol no chão, agarrou Hermione e a beijou.
Por um momento, ela entregou-se ao beijo. Depois, seus braços ficaram duros como vassouras e ela empurrou ele.
— Não, Harry! — ela disse, com os olhos esbugalhados e chocados olhando para ele.
Pela primeira vez na vida, Draco não tinha o que dizer.
— Você não deveria tirar sarro da minha cara desse jeito — Hermione disse, lágrimas escorrendo de seus olhos. — Isso não é justo!
— Eu não estou tirando sarro de você! — balbuciou Draco.
— Isso não é justo! — ela repetiu. — Harry, você é o meu melhor amigo, e eu sei o que você sente por Cho…
— Cho? — a mente de Draco estava vazia. — A apanhadora da Corvina?
Hermione olhou para ele.
— Isso explica porque ela estava agindo daquela forma! — Draco exclamou, e depois olhou para Hermione e disse claramente. — Olhe, eu não estou afim dela, Hermione. Ela não é nem…
— Harry! — ela advertiu.
Eles olharam um para o outro. Então Draco fez algo que nunca havia feito antes:
— Me desculpe, Hermione! — ele disse, e sua expressão amaciou. — Eu estou me sentindo fora de mim, desde, hã... desde que Draco bateu minha cabeça no chão na aula de Poções…
Isso foi a coisa errada a ser dita. Hermione virou seu rosto para onde não pudesse olhá-lo nos olhos.
— Está bem — ela disse num tom de voz muito baixo, tornando a andar. — Eu sei que você não queria fazer isso.
Mas eu queria, ele pensou, seguindo-a de volta ao castelo, eu queria.
Eles andaram meio caminho quando ele avistou Ron correndo até eles.
— Harry! — ele gritou. — Eu não posso acreditar que eu perdi Cuidados com Animais Mágicos! Eu ouvi que você arruinou Goyle!
— Arruinar é um pouco forte demais — Draco protestou, mas começou a rir quando Ron o conduziu até um canto.
— Eu preciso ir à biblioteca — Hermione disse, quando eles pisaram no castelo. — Desculpem-me! — E ela correu, sem ao menos olhar para trás.
Ron olhou para ela curioso.
— Ela está bem?
— Só está com medo por causa de nossa prova de Feitiços amanhã. Você sabe como ela é — Draco disse, e sentiu uma incômoda ponta de culpa quando fez isso.
Quando eles entraram no Salão Comunal, Dino Thomas e Neville Longbottom os saudaram com gritos de boas-vindas. Contudo, Draco não estava com humor para isso. Ele abriu caminho entre eles, e subiu para o dormitório, onde ficou sentado por um bom tempo, examinando o álbum de fotografias cheio de fotos de bruxo dos pais de Harry, que acenavam para ele, radiantes, e sorriam de uma forma que ele não podia lembrar de seus próprios pais sorrindo.
♥♠♣♦
Hermione tinha de fato ido à biblioteca, mas não para estudar. Ela precisava de um tempo para pensar e ficar sozinha.
Harry tinha beijado ela. Ela não devia estar êstasiada, ou no mínimo satisfeita? Ela se emocionou quando ele pôs seus braços em volta dela, mas segundos depois assoberbou-se com um terrível sentimento de erro que ela nunca havia sentido antes. Foi por isso que ela o empurrou. Ela conhecia Harry bem demais, sabia como ele era quando acordava, quando estava cansado, feliz, com medo, preocupado; como ele cheirava, geralmente um cheiro de sabão com campo de Quadribol. Mas dessa vez, quando ele colocou seus braços em volta dela, ele tinha um cheiro diferente... como... pimenta?
Ela gemeu e pôs sua cabeça sobre a carteira. Hermione, ela pensou, você é tão burra! Você está apaixonada pelo Harry há anos, e se ele mudou seu perfume?
Ela se levantou e desceu as escadas para o jantar.
♦♥♠♣
Essa noite, na mesa da Grifinória, Draco sentou-se entre Ron e Hermione (que parecia determinada a agir como se nada tivesse acontecido), sentindo-se estranhamente sem fome. Ele brincou com a comida usando o garfo e ouviu as pessoas rindo e conversando. Perguntas martelavam na sua cabeça. Por que ninguém notou que ele não era Harry? Certamente ele não podia agir como Potter, ele odiava Potter, ele não podia agir como ele se tentasse. Ele só tinha a forma de Harry, então todos pensavam que ele era Harry, então todos gostavam dele. Não só os grifinórios, mas os lufa-lufas e corvinais, alunos cujos nomes Draco nunca tinha se incomodado em aprender, chegavam perto dele para conversar com ele facilmente. Isso era estranho.
O que era mais esquisito era que ele gostava disso, era como se ganhando a aparência de Harry ele estivesse pego uma parte de Harry, e ele não podia matar ou destruir isso. Isso simplesmente estava dentro de seu peito, fazendo-o fazer coisas como resgatar o sapo de Neville, salvar Hermione do balaço,... e beijar Hermione. Ele não podia acreditar que tinha feito isso. Por quê? Harry devia ter algum tipo de sentimentos por ela, e agora Draco os tinha. Mas se ela soubesse... se ela soubesse quem ele realmente era…
O que estava perturbando sua mente, de repente cristalizou-se num agudo e doloroso pensamento. E se Harry morrer? E se ele nunca acordar? Teria ele, Draco Malfoy, ser destinado a ser Harry para sempre?
- Harry!_ a voz de Hermione veio - O que houve? Você parece que está a quilômetros de distância!
Draco empurrou sua cadeira para longe da mesa e levantou-se de repente.
— Tenho que ir — ele murmurou, e, abrindo caminho, ele correu para longe do Salão Principal e subiu as escadas até a Ala Hospitalar. Ele bateu na porta fechada, que foi aberta por uma atormentada Madame Pomfrey, cujos olhos abriram bastante quando ela o viu.
— O que houve, Potter? Você está doente? — ela reclamou.
— Eu vim aqui porque... eu preciso ver... Malfoy — ele disse ofegante. — Ele ainda está mal?
Madame Pomfrey olhou para ele com suspeita.
— Eu achei que você já sabia. Draco Malfoy não está mais conosco.
O choque quase fez Draco cair. Sua visão embassou, e ele balbuciou, numa voz emperrada:
— Ele está... ele está... ele não está morto?
Madame Pomfrey parecia chocada.
— Não, Potter, claro que ele não está morto! — ela disse asperamente. — Sinceramente! Ele foi mandado para casa temporariamente. O pai dele veio até aqui e o levou esta tarde.
E ela fechou a porta na cara de Draco.
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Havia luz, tênue no início, que se afiava, tornando-se um raio de luz. Harry gemeu e rolou pela cama, abrindo seus olhos.
Ele queria se sentar, mas o espanto o manteve deitado na cama. Ele estava deitado num quarto, mas um quarto que ele nunca havia visto antes. As paredes eram feitas de pedra não-polida, o teto era tão alto que desaparecia na escuridão, menosprezando a luz do dia, que vinha de uma janela de vidro em forma de arco que riscava o quarto. A grande cama que ele estava deitado, cujas cortinas eram de veludo preto estampado com cobras prateadas, era o único móvel do quarto além de um enorme armário, apoiado contra uma parede bem longe, e cuja frente era coberta com um pomposo "M" dourado.
Foi o "M" que o fez perceber. Harry sentou-se e praguejou bem alto, olhando para suas mãos, não eram suas mãos, eram longas, pálidas e pouco familiarizadas. Ele tocou sua testa e não sentiu a cicatriz. Finalmente, desesperado, ele puxou uma mecha de seus cabelos, e quando olhou, percebeu que eram louros platinados.
Ele ainda era Draco. E o pior era que... de algum modo, estava na casa de Draco Malfoy. Ele devia estar nesse estado por um bom tempo, já que alguém devia tê-lo trazido até lá.
De repente, a porta abriu e Lúcio Malfoy ficou parado na entrada. Ele estava vestindo preto, como em todas as outras vezes que Harry o havia visto. Harry sentiu-se gelar com temor.
— Então, garoto — falou Lúcio Malfoy caminhando até a cama. —, você sabe quem você é, agora?
Harry olhou para ele. Com certeza, Lúcio não podia saber quem ele realmente era. Se ele soubesse que Harry Potter estava em sua casa…
— Draco Malfoy — ele disse. — Seu filho.
O rosto de Lúcio Malfoy mudou para um sorriso frio.
— Eu disse àquela Pomfrey que ela não sabia sobre o que estava falando — ele disse, satisfeito. — Não há nada de errado com você, garoto. Nenhum Malfoy esquece de quem ele é.
Harry olhou dentro dos olhos acinzentados do pai de Draco e não disse nada. Sua garganta parecia ter fechado.
— Bem, já que você está aqui — disse o senhor Malfoy. — Nós devemos nos divertir.
Ele tirou sua capa e Harry viu uma grande espada de prata presa em sua cintura. Seu estômago pulou. Ele não acredita que eu sou o Draco, ele pensou, ele vai me cortar em pedaços.
— Que tal um pouco de esgrima? — Lúcio Malfoy continuou. — Teste seu temperamento, garoto.
Ótimo, pensou Harry, que nunca tinha ao menos visto uma luta de esgrima, Ele acredita que eu sou Draco, mas ele ainda vai me cortar em pedaços.
1 Está bem, pai — disse Harry, esforçando-se para imitar o tom de voz de Draco.
O senhor Malfoy parecia impaciente, então Harry pôs suas pernas para fora da cama e quase gritou quando seus pés tocaram o chão, pois este último parecia gelo. O senhor Malfoy não parecia estar preocupado com seu filho tendo os pés congelados, contudo, ele saiu do quarto, e Harry, ainda descalço, seguiu-o.
Ele quase correu para acompanhar Lúcio Malfoy, ele se viu num longo corredor, cheio de quadros de membros da família Malfoy. Haviam algumas bruxas velhas, algumas mulheres muito bonitas, que eram definitivamente veelas (espécie de musas, com cabelos louros platinados, muito bonitas, que aparecem no "Harry Potter e o cálice de fogo), que foi provavelmente de onde Malfoy herdou seus cabelos louros platinados, uns homens muito pálidos que eram provavelmente vampiros, e um bruxo de aparência desagradável, que foi pintado montado numa aranha enorme, cujas rédeas estavam em volta de suas patas venenosas. Argh, Harry pensou, que galeria horrível!
Lúcio Malfoy abriu uma grande porta de pedra, com um sinal feito com sua própria mão, e entrou, seguido por Harry. Ele se viu num grande aposento, com piso de pedra polida, e decorado com tapeçarias que retratavam cenas de diversas batalhas de bruxos. Bruxos com aparência de como se estivessem com muita raiva, correndo até outros bruxos de igual aparência, usando suas varinhas para decapitar, estripar, e pôr fogo em suas vítimas. Harry viu, boquiaberto e horrorizado, um duende com uma longa espada incendiada correndo atrás de um bruxo que gritava, de uma tapeçaria para a outra.
Lúcio, seguindo o olhar de Harry, inclinou a cabeça, parecendo deliciado.
— Sim. Eu mandei limparem as tapeçarias, o sangue estava ficando fosco, e não mais brilhante, como normalmente. Devemos começar? — ele disse, jogando para Harry um longo e pontudo espadim, para o qual Harry olhou entediado. — En garde!
Harry ergueu sua espada, resolvido a sangrar até morrer, e esperançosamente arruinar o belo piso de pedra polida dos Malfoy. Por sorte, alguém bateu na porta, e depois ela se abriu. Um bruxo alto em vestes verdes entrou no aposento.
— Olá, Macnair! — cumprimentou Lúcio Malfoy. — Narcisa o deixou subir?
— Ela me disse que você estava aqui. Sim — respondeu homem alto, que Harry reconheceu como o bruxo que trabalhava para a Comissão para Eliminação de Criaturas perigosas. Ele era também, Harry lembrou-se soturnamente, um Death Eater.
— Eu trago notícias — ele disse, mas parando quando viu Harry. — Olá, Draco! Eu não sabia que você estava de volta em casa!
— A mãe dele queria vê-lo — disse Lúcio calmamente. — Você sabe como mulheres são. Ela sente saudades dele quando ele está na escola.
Mulher louca, pensou Harry.
— Bem, as notícias que eu tenho, têm a ver com Hogwarts — disse Macnair. — Lúcio…
Ele parou de olhar para Lúcio e apontou Harry com os olhos.
— Você pode dizer qualquer coisa na frente de Draco — disse Lúcio Malfoy. - Ele já faz parte do Plano há um bom tempo.
— Está certo — disse Macnair. — Eu havia esquecido. Como vai o seu trabalho na escola? — ele perguntou. — Continua espalhando a palavra do Lorde das Trevas?
— O quê? — perguntou Harry espantado, ele sabia que Draco era ruim, mas…
— Você sabe… — disse Macnair. — Mantendo a palavra do Lorde das Trevas viva pelas gerações. Tendo certeza que o tipo certo de pessoas recebem o tipo certo de mensagem. Combinando encontros de Death Eaters — ele pestanejou. — Manter os Sangues Ruins em seus devidos lugares.
— Ah, sim! — disse Harry, que estava balançando sua cabeça com tanta raiva que ele nem sabia direito o que falava. - Eu e os sonserinos temos juntos uma padaria, onde juntamos dinheiro para o mal, sem preocupações até aqui.
Macnair não parecia ter ouvido isso.
— Eu lembro de quando eu estava na Sonserina — ele disse. — Bons tempos! — Ele virou-se para Lúcio Malfoy. — Então Lúcio — ele falou. —, eu gostaria de falar com você sobre o plano. E sobre Harry Potter.